Saga Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel

Um guia para a Terra-média com suas infinitas passagens, criaturas e canções que povoam o universo de Tolkien

Saga Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel

Fonte: Warner | Amazon | Wikipidia

Senhor dos Anéis é uma trilogia de filmes originada nos livros/contos de Tolkien. Dirigidos por Peter Jackson, a sequência de filmes é uma conquista para os fãs da Terra-Média e para o próprio Sr. Jackson.

Na história acompanhamos Frodo Beggins, um humilde Hobbit do Condado, que é lançado em um universo de perigos quando seu tio Bilbo lhe entrega o "Anel do Poder": uma arma usada pelo Lorde das Trevas há milhares de anos  ao tentar governar o mundo. Com a ajuda do mago, Gandalf, e seus companheiros Hobbits Samwise Gamgee, Merry e Pippin, eles tentam entregar o Anel em boas mãos ou destruí-lo. Os demais mebros da Irmandade do Anel incluem o ranger Aragon, capitão de Gondor, Boromir, o Elfo Legolas e o anão Gimli. No filme, esse grupo parte em uma aventura que os desafiará à medida que avançam na sua jornada para destruir o Anel do Poder.

A película foi feita tanto para amantes dos livros quanto para novos telespectadores, enquanto é fiel ao universo, toma liberdade para adicionar novos elementos e diálogos. O prólogo do filme, por exemplo, dá exposição e construção de mundo para que o público fique a par dos eventos que levaram Bilbo a ter o Anel. No entanto, a história leva bastante tempo para decolar, já que as relações entre os personagens precisam ser estabelecidas e o mundo, construído. No que lhe concerne, a versão estendida com 3h e 50 minutos é demasiado entendiante ao longo das primeiras 2 horas de filme. Decerto, por ser o primeiro filme de uma trilogia, isso é perdoado, pois, o tempo é útil para envolver-nos com os personagens antes que eventos causem mudanças consideráveis na formação do grupo ou no universo.  Invariavelmente, o longa-metragem é sempre enorme, lindo, extremamente bem atuado e às vezes muito engraçado.

A Sociedade do Anel é uma estória de amizade e camaradagem cujo core é a superação do desejo de poder. Todos os Hobbits começam como apenas conhecidos e terminam muito mais próximos pelas dificuldades compartilhadas. Até mesmo a relação entre Aragon e Baromir é reparada no final. Legoas e Gimbli por mais que comecem a jornada cheios de preconceitos um com o outro, passam a respeitar-se à medida que a jornada avança e no final são bons parceiros de combate. Como o filme é bastante sombrio e tenha algumas implicações pesadas nas ações dos membros da sociedade, os Hobbits servem pontual e acertadamente ao alívio cômico.

Outrossim, esses atores e o restante do elenco funcionam perfeitamente nos seus respectivos papeis. Ian McKellen, é o destaque óbvio como o mago Gandalf, tudo para ele é natural desde a baforada no caminho até a onda provocada com seu cajado. Por outro lado, Ian Holm cria uma representação perfeita de BIlbo Bolseiro (O personagem da primeira incursão de Tolkien na Terra Média, "O Hobbit"), tão boa que nos faz querer ver um filme sobre suas aventuas, ele ganhou uma trilogia. Viggo Mortensen, mesmo não sendo uma figura tão desgastada ou áspera como é nos livros, consegue entregar uma representação valente. A duvidosa Liv Tyler escapa ilesa - apesar de uma cena de amor sem química - com Elvin Arwen. Apenas Hugo Weaving cai no melodrama muitas vezes como o portentoso Elrond, mas suas cenas são reduzidas ao mínimo. Quanto aos Hobbits, eles são praticamente imutáveis com a exceção do protagonista. Com seus olhos arregalados e cabelos despenteados Elijah Wood, o Sr. Frodo, entrega uma atuação muito atenciosa e simpática como o Hobbit encurralado. Definitivamente não é e não será um problema acompanhar a jornada deles na trilogia.

Toda a produção aplicada nesse filme ainda funcionam mais de 20 anos depois das filmagens. Os efeitos especiais e CGI usados na película ainda servem bem se comparado aos padrões atuais. O longa faz muito uso de perspectivas forçadas para aproveitar a vantagem de ter dois personagens na tela de tamanhos muito diferentes. O figurino e cenografia do filme também  ajudam a criar a credibilidade da Terra Média através da atenção aos detalhes de tudo nas ambientações: cada cultura tem sua paleta de cores e estilo único. Na trilha sonora Howard Shore arrepia com o tema do Shire e  a forma como as referências musicais se entrelaçam ao fundo para transmitir a importância da jornada e do próprio som. Tanto a música quanto os próprios efeitos sonoros carregam essa carga, como o modo como O Anel, que normalmente faria um som leve e tilintante, cai com um baque pesado para demonstrar o fardo que recai sobre o portador.

O maior problema do filme é ritmo paradoxal aplicado. Aqueles que não estão familiarizados com os romances podem sentir a extensão do filme porque não sabem para onde ele está indo. No entanto, quem conhece os livros sentirão - mesmo ás três horas - que o filme é apressado - capítulos voam, viagens de 40 dias ocorrem em um corte rápido -. Embora a consolidação do material seja necessária, o filme é esquizofrênico. Será difícil para os não iniciados seguirem sem repetir as visualizações. Felizmente, se o público tiver paciência, o filme é bom o suficiente para merecer ser assistido novamente. Confesso que levei 6 meses para terminar o filme, mesmo amando tudo desde o início.

Recomendo esse filme para todos aqueles que gostam de anéis de ouro, aqueles que gostam de adaptações para cinema, aqueles que não gostam dos filmes Hobbit, os fãs da série de livros O Senhor dos Anéis, aqueles que gostam de filmes de fantasia e aqueles que gostam de caminhar.

Nota do Crítico:★ ★ ★ ★ ½

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