VIVY: Fluorite Eye's Song (episódio - 13)

Ao todo, a concepção desenvolvida no episódio estava se moldando para um final que triste e grandioso, até que no fim, não era nada marcante

VIVY:  Fluorite Eye's Song (episódio -  13)

Fonte: Site Oficial

A Finale do anime original da Wit Studio, foi uma grande quebra de paradigma em relação aos episódios passados, conquanto a série não termina em uma cena de ação grandiosa. Embora, seja o clímax da série e haja bastantes tiroteios e cenas de Elizabeth batendo em caras, não há nenhuma sequência de luta animada em alto grau de direção e coreografia, da qual muito vemos no fechamento dos arcos de Vivy: Fluorite Eye's Song - Não tivemos uma Sakuga. Portanto, é possível inferir que o show atingiu o ápice nesse quesito durante a luta entre Diva e Yugo no episódio 9.

Em verdade, o episódio 13 não é sobre Vivy salvar o mundo. Em vez disso, é o auge do desenvolvimento de personagem pessoal de Vivy, descobrindo o que Diva entendeu décadas atras: O que significa cantar com o coração. Sinceramente, Vivy já havia decifrado o código quando escreveu sua música anos antes. Ser um com as memórias que acumulou e  moldaram ao longo do tempo e incorporar suas experiências e emoções, tanto positivas quanto negativas, em suas ações - é o que significa fazer qualquer coisa "com o coração". Afinal, não é apenas alegria em sua vida que o desenvolve como pessoa, mas também a dor e o sofrimento, e a luta para superar essas emoções - que tornam um ser humano, digamos, humano.

Esse entendimento só foi possível devido à jornada de 100 anos, efetuada no projeto de singularidade. Se "Diva" tivesse ficado em seu pequeno palco em Nialand antes de ser enviada para um museu como pouco mais do que uma nota de  rodapé na evolução da IA, nunca teria efetivado sua diretriz e encontrado o comprimento nela. Contudo, ao tornar-se Vivy e crescer muito além de sua programação original, ela foi capaz de não apenas parar o apocalipse robô, mas também a missão supostamente impossível de Diva, fazer todos felizes através da música. Em suma, qual música poderia deixar as pessoas mais felizes do que aquela que literalmente salvou a vida de todas as pessoas no planeta?

Em grau temático, foi um desfecho muito sólido e com o qual fiquei contente. Infelizmente, o epílogo teve que aparecer e minar tudo em uma tentativa de alguma versão distorcida de um "final feliz". Somos recebidos pelo que parece ser uma Vivy amnésica acordando e sendo informada por Matsumoto que sua missão é "fazer todos felizes com [seu] canto". Mas aqui está o problema: essa não é a missão que fez de Vivy a “Vivy” que conhecemos e amamos. Vivy, como uma entidade de IA, era especial porque tinha três missões - uma que ela lutou para entender durante toda a sua vida, uma que ela tropeçou e outra que escolheu para si mesma.

Mesmo que a primeira dessas missões seja como a  que vimos no ferrão, a última carece do texto adicional vital que desafiou Vivy a crescer além de uma simples cantora IA - "Sua missão é deixar todos felizes com o seu canto. Para conseguir isso você deve cantar de coração". Este é o cerne do principal conflito pessoal de Vivy - por isso que ela encontrar uma resposta para o que significa cantar com todo o seu coração é o clímax de toda a série. Sob outra perspectiva, sua segunda foi ser uma IA que destruirá IAs para impedir o apocalipse robô. Esta missão deu-lhe a oportunidade de se desenvolver fora de sua função designada e, ao fazê-lo, obter as experiências necessárias para cumprir sua missão original como Diva.

Em contrapartida, a essas duas missões, a terceira missão é aquela que ela se deu, não por influências externas - sejam seus criadores ou Matsumoto, mas simplesmente por uma necessidade de se entender melhor. A criação de sua própria música a diferencia de todas as outras IAs, pois é uma expressão óbvia de autodeterminação - algo que IAs por natureza não têm. É um ato de pura criatividade nascido de uma profunda introspecção que literalmente salvou o mundo ao fazer a IA mais complexa e duradoura do mundo questionar a si mesma e seus planos para todos os tipos de robôs.

Por último, a personagem do epílogo não é Vivy nem Diva, mas uma IA diferente. Concebida do corpo das "irmãs", com uma missão que garante que ela nunca se tornará um fragmento do que era antes, esta nova Vivy carece de impulso para a introspecção. Isto, pois a oportunidade de amadurecer além de seu nicho projetado e o ambiente para gerar a criatividade que salvou a humanidade da extinção não está lá. Para mim, essa morte de personalidade é um final muito mais triste do que aquele em que Vivy sacrificou-se para salvar o mundo.

NOTA: ★ ★ ★ ★ 

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