O Conto da Princesa Kaguya

Um filme para pessoas que querem emocionar-se com uma  história  fora dos padrões de narrativa e estética comumente protagonizados nos filmes em geral.

O Conto da Princesa Kaguya

Fonte: Wiki 

O conto é o último trabalho dirigido por Isao Takahata, diretor dê o túmulo dos vaga-lumes e co-fundador do studio Ghibli ao lado de Hayao Myazaki. Após um longíssimo hiato desde sua produção My Nightbours the Yamadas (Meus vizinhos, 1999), Isao retornou a direção em 2013 para fazer sua interpretação do conto popular japonês, clássico do século X, "O Conto do Cortador de Bambu". No texto discuto se a obra é digna de ser observada ou devemos escondê-la em uma haste de bambu para nunca ser cortada.

Tudo é relativo às velhas escolas de arte e cinema, desde o material de origem até o uso de molduras feitas à mão, que lembram conscientemente a aquarela e a tinta da arte japonesa antiga. O filme em 90% da sua duração parece um  grande experimento em comparação com qualquer filme de anime, com sua configuração de ficção cientifica, personagens de olhos arregalados e forte dependência de CGI. É difícil até mesmo apontar um público alvo, além dos fãs de anime hardcore. Isto, pois a protagonista feminina foge muito do padrão bomba sexy idealizado pelo sexo masculino e também do padrão personagem fofinho direcionado as crianças. Na verdade, com o tempo de execução de 137 minutos e um desfecho triste e comovente, é uma película difícil até mesmo para o mercado familiar, que espera finais felizes e proporções favoráveis a hora de dormir.

Contudo, deixado de lado todas as considerações comerciais, é um senhor trabalho de arte. Adaptado do conhecido conto popular japonês, "The Tale of The Bamboo Cutter", considerado por alguns como uma das primeiras obras de ficção científica na literatura mundial, ele conta a história de uma criaça mágica que em certo dia é encontrada por um camponês em um galho de bambu brilhante  e ao crescer tornou-se uma princesa de mente independente, uma feminista antes de seu tempo.

A Princesa Kaguya é representada de maneira cuidadosa. O que significa que ela não tem os mesmos arcos em forma de curva de sino em sua narrativa que esperamos na maioria dos filmes convencionais. Cada momento é tão importanto ou trivial quanto o outro. Sequências de destaque mostram o tremendo talento de Takhata e de sua equipe para expressar movimento. A título de exemplo, uma sequência em que a princesa bebê vai de lutar para engatinhar para aprender a caminhar em uma cena sem cortes, estilizada e incrivel - todas as linhas de velocidade borradas dão drama, comportando-se como quadros-chave". Além disso, a narrativa é extremamente bem construida em torno da protagonista e na própria personagem. A tensão entre a obdiência as normas familiares e sociais e a autoexpressão ressoa como um tempa principal interessante e comovente. Por fim, a música, que vai desde a tradicional arrancada koto até a canção pop obrigatória nos créditos finais, adiciona profundidade emocional e é implantada organicamente ao longo da história. Da mesma forma, os planos de fundo sobressalentes e os personagens de primeiro plano economicamente desenhados parecem inteira e agradavelmente uma peça, marcando outra diferença entre o anime comum, com seus planos de fundo hiper-detalhados e personagens de movimento limitado.

Com isso dito a recomendação para O Conto da Princesa Kaguya é direcionado para pessoas que querem emocionar-se com uma história fora dos padrões de narrativa e estética comumente protagonizados nos filmes em geral.

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