Amor e Monstros não é só o que o seu título apresenta

Morando em um bunker e com saudades da ex, Joel Dawson (Dylan O'Brien) começa sua jornada em busca de sua amada, o que o impede? Monstros gigantes.

Amor e Monstros não é só o que o seu título apresenta

Fonte: Netflix

"Amor e Monstros" lançado em 2020 nos EUA, quase passa despercebido pelo radar de muita gente por conta de alguns problemas de distribuição que a Paramont Pictures sofreu por conta da pandemia. Graças a Netflix, que adquiriu seus direitos de distribuição esse ano, o longa passou a ter maior reconhecimento, agregando ainda mais ao catálogo da plataforma vermelhinha e dando um pouco mais de destaque para o filme, principalmente aqui no Brasil. A direção ficou por conta de Michael Matthews que não possuía nenhum longa de grande expressão no currículo até agora, mas agora tem.

"Amor e Monstros" pode passar uma impressão de ser uma obra diferente do que realmente é. Isto pois a princípio, passa a ideia de algo mais genérico sem identidade ou inspiração. Para a felicidade de todos é o oposto disso, esse filme consegue literalmente tirar água de pedra, brincando com as convenções do gênero de ação pós apocalíptica juntamente a efeitos visuais estonteantes. Os tais monstros do título são feitos em tamanha qualidade que assusta ao ver que foram feitos em um filme com um orçamento de apenas $30 Milhões de dólares, o que para o tema abordado é insanamente pouco, tornando o projeto ousado.

Isso posto, essa obra possui um jeito único de fazer suas subverções graças ao roteiro de Brian Duffield e Matthew Robinson. eles conseguem dar um tom humorístico absurdo a toda situação sem tirar o peso dramático das cenas. Um bom exemplo, é na própria introdução do filme, no qual é explicado que os seres humanos dispararam contra meteoros que estavam em direção à Terra, fazendo com que uma chuva de componentes químicos caíssem no solo afetando insetos e os deixando gigantes.

Outro bom exemplo que deixa ainda mais claro que o filme está ciente sobre seus exageros e brinca ou brincará com a situação, é com o protagonista. Joel Dawson (Dylan O'Brien) não é o típico herói da história, ele é um completo perdedor e covarde que se sente inútil a maior parte das vezes dentro de sua comunidade, tanto é que logo no começo do filme ele parece um coadjuvante totalmente desinteressante dentro de sua própria história. Assim, por iniciativa própria, Dylan decide ir em uma jornada em busca de sua amada, o que contraria até o seu bom senso e, no fundo ele sabe disso, indo na direção de buscar seu protagonismo na história, fazendo o personagem se destacar sem perder sua essência.

Em contrapartida,  no expectro dos vilões existe um dilema. Enquanto o vilão é super genérico e esquecível, já que sua presença não representa uma ameaça tão grande e não impacta em nada na história, os insetos gigantes não aparecem tantas vezes como você pode imaginar, o que é muito inteligente do ponto de vista técnico, pois faz um excelente uso do orçamento limitado e ainda faz com que as aparições dos bichos não fiquem repetitivas, além de que você anseia as suas próximas aparições, já que toda vez que eles surgem roubam a cena.

Com uma história cativante, criatividade no design dos inimigos gigantes e excelente atuação, "Amor e Monstros" é uma jornada que contraria seu título genérico e surpreende ao subverter várias das convenções do gênero de ação pós apocalíptica. Um filme que te deixa curioso pelas criaturas e surpreso pelos personagens (exceto o vilão), sendo assim recomendo muito checar!

NOTA: ★ ★ ★ ★ ½

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